18 janeiro 2009

beber sozinho

beber sozinho é bom e é ruim. ao mesmo tempo. a solidão é uma coisa tão sei lá... humana. os bichos sentem solidão? talvez. não sabemos. não saberemos. o copo de cerveja se torna seu companheiro. pensamentos. não existem pensamentos. o vácuo de sua mente vem à tona. o vazio de sua existência. outro copo. mais outro. e outro. a vontade de estar com alguém. nem que você não goste desse outro alguém. apenas uma companhia para falar algo. nem que seja política. bem, isso depende do gosto de cada um. esse é o meu e não pode ser o seu. o que importa aqui é o copo de cerveja, você, e ninguém com você. um cigarro, senão, vários; é necessário nessa empreitada alcoólica. quem bebe fuma ou já parou. a música é algo importante. beber na rua - lagoa, mercado central, rua da areia, mercado da torre, oitizeiro, principal de geisel, orlando's bar na integração ou outros locais menos badalados - som ruim, forró desejo de menina contribui para piorar a situação, digamos voluntária. o celular pode tocar, ou não. provavelmente não. você pode chamar algum amiguinho companheiro de copo, digno dessa desventura, desse ultrage, digamos. você está se fudendo pra humanidade, talvez. com o que não veio. com o que não teve. ou nada disso, só quer beber. depende de cada um, ou até onde sua carteira irá agüentar. beber só não é pra qualquer um. existe em nossa sociedade o "beber socialmente", o que acho uma farsa. bêbado social não é bêbado. é só um vazio, uma pessoa oca, como uma transa sem prazer. beber sozinho é bom, às vezes pensa-se em algo relevante, mas se a cana for brava, o que geralmente é, há de se esquecer. se o bar escolhido for longe, pega-se um ônibus, e vai pra casa, dormir, e antes talvez, vomitar no banheiro, ou no mínimo, uma boa mijada básica, porque não há bexiga que não reclame.

Um comentário:

Gecadoida disse...

eu prefiro beber sozinha do que mal acompanhada! Mas depois de uns copos as pessoas se tornam menos chatas...